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domingo, 16 de junho de 2013

Louco amor.

Todos choram, e mostram seu sorriso a Deus, todos vivem de várias formas, uns de formas mais sutis que os outros. Alguns vão pra guerras e nunca mais voltam, outros amam, e morrem aos poucos. Alguns nem sabem o que é nascer, alguns não sabem qual caminho trilhar, e quando dizemos”Deixem-no, deixem-nos viver pra sempre” riem de nós. E por quê?
Cadê os sonhos? Quem disse que os sonhos não podem ser reais? E por quê? Por que és tão distante do mundo? Por que está dentro de seu quarto de pernas abraçadas, cabeça baixa, e chorando? Por que choras? O mundo lá fora é grande, e ele quer lhe ver sorrir.
Vem a cá pequena menina, olhe em meus olhos, diga-me o que vê? Han? Ande, aperte minha mão, me abrace, irei te mostrar o caminho, olhe aquela lua, ela está radiante não está? Mesmo com o mundo em ruínas ela ainda brilha, brilha com esperança, de que tudo pode vir a ser mudado, e você?  Você ficará aí? De braços cruzados, achando que não pode voar?
Deus lhe deu asas, menina. E elas não estão aí pra ficarem guardadas, estão aí pra serem usadas e assim, fazer com que você voe, voe para longe, levando consigo a felicidade a quem precisa, levando a esperança, e levando suas palavras, para que amoleça os corações duros que vir a encontrar.
E quando outra noite cair, você olhará no espelho, e verá que fez a diferença.
E mesmo que a tristeza cair sobre seus braços, e você se ver, deitada sobre uma mesa com um copo de whisky pela metade, um cigarro queimando no cinzeiro, e uma carta em suas mãos, dizendo, apenas:
“A culpa foi nossa, por não termos tentado!”
Lembrarás de pegar aquele telefone, e ligar, mas do outro lado apenas uma linha muda irá ouvir,e mais uma vez o medo vai lhe atingir, mas você já estará preparada, porque o mundo irá lhe culpar, mas eu, eu estarei aqui menina, pra te dizer, e te abraçar. E secar todas as tuas lágrimas eu estarei aqui.
Vendo suas fotos, me lembro de como você era, e no que você se tornou, e me entristece saber que a minha criança, está escondida.  E está sofrendo por não conseguir soltar-se novamente, e mais uma vez a noite chega, e mais uma vez eu fico aqui, deitado nessa cama,e te vendo chorar, choras em silêncio, achando que não ouço. Mas meu coração ouve, e chora junto, por não poder lhe salvar!
Então apenas levanto de madrugada, acendo meu cigarro, sento na varanda, vejo a Lua e peço pra que ela te guarde, já que eu, um homem que sempre te amou, não posso te salvar, peço pra que ela faça isso.  Sofro por saber que não sou aquele com quem você sonha durante a noite, sofro por saber que o nosso amor é singular, e que apenas eu o sinto. Mas se for pra ser feliz com ele, que seja... Não te escondas, vá atrás daquele que te faz bem, assim como um dia eu fui atrás de você, mas, por favor, não olhes pra trás, não me procure nele. E quando o dia chegar, e seu suco não estiver preparado e seu queijo separado, por favor, não vá dizer a ele que algo está faltando.
E quando nossas musicas tocarem, por favor, não chores, ele pode perceber.
Não faça com ele, o que faz comigo. Esconda nossos bilhetes, os queime se possível, porque me dói, quando seu celular toca e você vai pra varanda atendê-lo.
E mesmo que eu esteja de volta, não serei o mesmo, meu cabelo branqueado, minha voz e mãos tremulas, meu coração quase parando, estará sentado naquele banco de praça, apenas te admirando, e você, não se lembrará de mim, mas eu lembrarei todos os dias, de nossas conversas, e nossos sonhos. Sonhos interrompidos por alguém que eu nem conheci. Apenas o via em seus olhos.
Você está do outro lado da praça, tão linda. Então pego uma rosa, e entrego-lhe, você com doçura no olhar, age como se me reconhecesse, então uma voz atrás de mim, me diz:
-“Senhor, desculpe, mas ela não fala, perdeu os sentidos por causa da velhice, mas garanto que ela agradece”
Olho então em teus olhos, uma menina de cabelos pretos, de olhos amendoados, com um vestido florido. Toco em tua mão e pergunto:- “Te conheço? De algum lugar?!
“ Não senhor, acredito que não, não sou daqui,  voltamos a esse lugar recentemente, esse era um de seus desejos voltar aqui nessa praça, mas nunca me contou o porque,apenas me mostrou algumas cartas já amareladas com o tempo, dizendo de uma arvore, árvore do qual nunca a encontrei”
“E você, és neta dela?”
“Não senhor, minha mãe. Meu Pai nunca pôde conhecer.”
O tempo foi passando, o sol abaixando, e aquela menina precisava voltar para casa, me convida a tomar um café. Conheço sua humilde casa, tudo estava em seu lugar, ela não havia perdido sua mania detalhista. Enquanto a menina colocava-a pra dormir, fui andar pelo seu quintal, onde a nossa arvore estava ali, e não na praça. E naquela arvore, tinham-se feito uma casa, nessa casa tinha um baú,e nesse baú, um bilhete:
“Esse possivelmente será o ultimo bilhete meu que lerá, estou grávida, mas não conhecerás, pois ela é apenas minha. Não tente entender, apenas sei que quando vir a ler isso não farei mais parte deste mundo. Sendo assim apenas cuide”
Voltando pra dentro da casa, em sentindo ao seu quarto, encontro a menina chorando, seu coração havia parado.

Beijo-lhe a testa, e pela ultima vez lhe digo “Eu te amo”

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