Além de um amigo

“Prometemos passar por tudo juntos. Falamos que não íamos nos deixar abalar por qualquer coisa, que íamos superar e não nos deixar quebrar por besteiras. Falamos que o nosso amor ia conseguir passar os obstáculos e no final de uma briga íamos nos abraçar e dizer o quanto um amava o outro e que não poderia viver sem sua presença. Fizemos planos, falamos dos nossos gêmeos, da tatuagem que íamos fazer, um completando a do outro, planejamos que você ia me buscar no trabalho ao fim da tarde e que íamos fazer amor na mesa do seu escritório ou na do meu consultório. Íamos ajudar o outro, mesmo trabalhando em áreas diferentes. Íamos dar apoio e incentivar um ao outro quando não tivesse fácil. Ah, planos perfeitos, indo tão bem… E agora? Não passamos por tudo juntos, nos deixamos abalar, não superamos, nos deixamos quebrar por besteira, acabamos na primeira coisa… Sim, na primeira coisinha.. Cara, como isso pode ter acontecido? Como colocamos um ponto final logo no primeiro obstáculo? Por que não passamos por ele? Por que não mantivemos nossa palavra? Nunca fomos de brigar, eu sei, mas para pra pensar que se tivéssemos brigado aquela noite, teríamos colocado tudo pra fora, um teria entendido o lado do outro e talvés isso tivesse diminuído essa distância toda que começou a se formar entre nós. E agora, o que restou? Tristeza, saudade, lágrimas… Lembranças. Que estão me matando, por sinal.”